quinta-feira, 12 de novembro de 2015

só não venha me falar de amor


farpa mutum abelha
coisa-ferrão ardente
me suga me destrambelha
suja demência quente

cala minha boca
com um beijo roubado
me bota assustado
sem culpa sem roupa


me aperta me desalinha
me rouba me desorganiza
detecta meus tumores
me infecta me dedetiza

faz logo essa selfie
aumenta a potência
essa pura indecência
me toma de mim

vem me enlouqueça
aperta o botão do Cresça
dá mais do que eu peço
se entrega se ofereça

minta se não tem jeito
ou então me hipnotiza
me dá uma lambida
me queima me vandaliza

me enfia a porrada
se achar que precisa
só não mete essa não
(ainda que eu mereça)

me arranca do mangue
me cozinha à milaneza
só não venha meu bem
não diga não esqueça

mesmo que eu demande
reclame ordene exija
só não venha com essa só
não venha me falar de amor

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