sapateie e sorria, baby

guarde a pergunta

não faça

saia de cena

agache-se

não pergunte

pergunte ao gunther

entube a farofa

enfie na bunda

não faça

a pergunta

acostume-se

esqueça

rápido esqueça

a única verdade

que você verá

na vida é esta

fuja da rinha

coma farinha

finja

meta debaixo

do tapete

falseie

não esperneie

sapateie

e sorria, baby

Ô raça

quando enfim percebeu

ter voltado à forma humana

ficou muito desapontado

gostava de ser cachorro

só não venha me falar de amor

farpa mutum abelha

coisa-ferrão ardente

me suga me destrambelha

suja demência quente

cala minha boca

com um beijo roubado

me bota assustado

sem culpa sem roupa

me aperta me desalinha

me rouba me desorganiza

detecta meus tumores

me infecta me dedetiza

faz logo essa selfie

aumenta a potência

essa pura indecência

me toma de mim

vem me enlouqueça

aperta o botão do Cresça

dá mais do que eu peço

se entrega se ofereça

minta se não tem jeito

ou então me hipnotiza

me dá uma lambida

me queima me vandaliza

me enfia a porrada

se achar que precisa

só não mete essa não

(ainda que eu mereça)

me arranca do mangue

me cozinha à milaneza

só não venha meu bem

não diga não esqueça

mesmo que eu demande

reclame ordene exija

só não venha com essa só

não venha me falar de amor

brasil brasileiro

brasil velho e faceiro
meu brasil brasileiro
barata cupim formigueiro

brasil meu país amado
dessa porra desse povo
besta manso e cansado

brasil do meu coração
muita burrice na esquina
muito ladrão